sexta-feira, 24 de abril de 2009

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A Ovelhinha que veio para jantar


No seguimento do Plano Nacional de Leitura que tem como objectivo elevar os níveis de leitura dos portugueses, a escolinha da Mariana desenvolveu algumas actividades ao longo do ano lectivo, de forma a impulsionar o habito desde pequenino.

Na sala da Mariana está a decorrer a Semana da Leitura, onde cada pai ou mãe, de forma voluntária vai contar uma história, ficando esta ao critério de cada um.

E hoje, foi o meu dia!

Previ não ser tão fácil assim, apesar da prática e do gosto pela leitura. Imaginei-os, agitados, irrequietos, desatentos…mas enganei-me completamente! Ao inverso do previsto, deparei-me com 24 crianças, de olhares concentradíssimos e em silêncio, prontas para me ouvirem!

Foi de arrepiar…! Adorei!

O mundo complexo e fascinante das crianças tem muito a ensinar aos adultos mesmo.

Por isso me custa ainda ouvir certos educadores, sejam eles (pais ou professores) a lamentarem-se de que é muito difícil educar. Assumir que é muito difícil é uma desculpa, é o mesmo que dizer “não sei” ou “não quero saber”!

33 comentários:

Anónimo disse...

Srª Professora por um dia....é mesmo muito difícil educar....e não sou mau professor

Bjs

NS

Anónimo disse...

Na minha vida profissional, lido quase diariamente com crianças...
Não sendo pai, juguei inicialmente ser uma tarefa hercúlea e desgastante...
Hoje, a apesar do "trabalho específico" que realizo com elas, apercebo-me das capacidades e qualidades dos mais novos, muitas vezes menosprezadas...
E chego à conclusão que sou duplamente felizardo: por um lado, acordo todos os dias com muita vontade de trabalhar, por outro lado, sinto que recebo muito mais (dos mais novos) do que aquilo que dou...


O Viajante

Paty disse...

Mas tu és um professor á parte!

Anónimo disse...

Olá, Paty! Aqui estou do outro lado do oceano em busca de amizades. Visitei seu perfil e cheguei a seu blog, muito interessante. Educar pra mim é difícil porque eu preciso me educar também, parece-me então que educar também é aprender. Um grande educador brasileiro, Paulo Freire, dizia assim: "Ninguém sabe tudo, ninguém ignora tudo." Beijo.

Paty disse...

Nós, “crescidos” ás vezes adormecemos a nossa capacidade de brincar, sonhar, de crescer e alguns até acham que já sabem tudo da vida e que não tem nada mais a aprender (casos graves) e muito menos terão a aprender com uma criança. Mas estão seriamente enganados!
Basta ás vezes "20ml" de paciência, “30ml” de querer e “40” de atenção.

Ainda esta semana, quando falava com a Mariana, na possibilidade em adoptar um de quatro gatos bebes, ela deixou-me "sem palavras" com uma das suas respostas perspicazes.
Estava eu a dizer que ela tinha escolhido o gato mais feio de todos, ao que ela me respondeu:

“Não foste tu que me ensinaste que as pessoas e os livros não se vêem pela capa! Então eu quero aquele gato!”

MXPTO disse...

Penso que educar é “dificil” pelo que exige de responsabilidade e dedicação... principalmente porque as crianças exigem o melhor de nós mesmos, por vezes não é fácil estar à altura... ;) Elas são seres mais puros e sensíveis... se lhes damos o nosso melhor é sem duvida compensador (para os dois lados), pois elas alem de espontâneas, são justas e generosas e devolvem-nos a sua felicidade em dobro! ...o contrário também verdade!:) quem é que não sentiu uma critica justa de uma criança?
Elas são esponjas daquilo que as rodeia e atentas desde o que falamos, pensamos, e como agimos ... acho que estas crianças de agora para além de nascerem com os olhos abertos, têm “olho clinico” e são cada vez mais espertas, sensíveis, criticas e exigentes! Também elas mudam o mundo...e já nem não estou a falar de crianças índigo.

...ou seja não é fácil educar mas sem dúvida que pode ser uma tarefa deliciosa!

Paty disse...

MXPTO!?!

Gostei muito do teu comentário. Apesar de achar que qd dizes que "as crianças exigem o melhor de nós mesmos", achar que elas não exigem, mas despertam-nos para o melhor que há em cada um de nós.

Paty disse...

Bruno, acordar todos os dias com muita vontade de trabalhar é mesmo caso para te sentires um felizardo, pois fazes parte de uma grande minoria!
Acho que sentimos sempre que recebemos muito mais dos mais novos do que aquilo que retribuímos, talvez porque eles ainda “dão” sem condicionantes, são puros, e verdadeiros… enquanto nós somos condicionados por influencias externas, somos por vezes egoístas, quando temos os nossos “amuos” e dividimo-nos em tarefas e preocupações.

Maria disse...

Sim tens razão as crianças despertam o melhor de nós, e mais ainda se estivermos a falar dos filhos (e é natural que despertem o melhor de nós, afinal estamos a falar de uma relação de amor, estamos a falar do único amor que sabemos ser para sempre!)
Digo "as crianças exigem o melhor de nós mesmos" porque... quando educamos explicamos o que é mau, bom e ideal, depois temos que agir em coerência com o que dizemos... cumprir e ser o exemplo vivo daquilo que apontamos como correcto (não devemos pisar o risco)... ou habilitamo-nos a ouvir "repreensões" do tipo - “Não foste tu que me ensinaste que as pessoas e os livros não se vêm pela capa?” (uma da tua filha); ou "mãe estás a lavar os dentes com a torneira aberta" (uma do meu filho - quando eu tinha coleccionado com ele livros sobre a vida animal que incluía uma parte sobre os grandes problemas ambientais... onde tomou consciência sobre muita coisa por exemplo da previsão de por volta de 2015 a 2020 a água ser um bem raro... onde vimos quais os comportamentos ecológicos diários para tentar evitar ou minimizar isto... combinamos ser “mais ecológicos” e alertar outras pessoas para isso... por vezes tenho sou lembrada por ele... ) ... ou seja quando educamos temos que interiorizar o que ensinamos e reeducar os nossos comportamentos dando o exemplo... e por vezes esquecemo-nos que estamos a ser observados por crianças...
... poderei concluir se exigem o meu melhor também fazem de mim uma pessoa melhor!
Não sei se me entendes?

Maria XPTO ;)

Anónimo disse...

Tenho aprendido imenso com as crianças, mas há uma característica que me tem "espantado" nos mais novos:
A vontade genuína de partilha... da alegria, da feliciade, do sorriso...

Só um senão, este felizardo não se chama Bruno...


O Viajante

Maria disse...

Também me "espanta" a genuidade dos miudos...é delirante ver uma criança feliz, é impossivel não ser contagiado com o seu sorriso ou gargalha...
mas ainda me "espanta" mais ver num adulto o sorriso de criança... só pode ser um grande felizardo... :D

"Nunca ninguém conseguirá ir ao fundo de um riso de criança."
Vitor Hugo

Paty disse...

Maria,

Essa do "mãe estás a lavar os dentes com a torneira aberta" tb já eu a ouvi ;)

É incrível, não lhes escapa mesmo nada!
Sem duvida alguma eles mudam o mundo sim, quanto mais não seja inovam o mundo de quem os rodeia e que com eles quer (re)aprender. Qtas vezes os vemos a ensinar e a despertar os mais velhos para preocupações ambientais, por ex. como ensinar os avós a reciclar. Recordo-me que á dias nos questionou o que fazia-mos ao óleo alimentar?! 

Falas-te nas crianças Índigo e fiquei a pensar nisso. Aqui à uns anos uma amiga entendida falou-me do mesmo mas apenas fui ver "por alto" o que era... confesso que apesar de me interessar sempre um pouco por esse "mundo" tb fico um tanto ao quanto céptica e como tal não dei demasiada importância. Mas a analogia com o que eles sub caracterizavam por Humanistas tinha tudo a ver, é um facto…

É bom ter visitantes assim, aqui no Maktub, ainda que sejam Viajantes, Anónimos, Marias ou XPTÓZ... o que importa mesmo é que trazem sempre "boas energias" :)

Paty disse...

Viajante, Caminhante, Anonimo... seja lá o que for!
Obrigado por partilharem a vossa opniao e trazerem (como diria o Bruno) boas energias :)

Maria disse...

Obrigada, também tens boa energia e é natural que aqui as conversas fluam nesse sentido...
Como dizer o nome pouco importa... afinal na net qualquer um pode entrar e assumir a identidade que quiser... mas por acaso sou mesmo Maria! ;)... aquilo que falo sou eu e nunca nos falamos nem conhecemos antes.
Porquê que visitei o Maktub? Se calhar porque estava escrito... ;)
Bem na verdade, gostei de ler comentários que deixaste noutros blogs... porque foste aberta, sincera e objectiva, pensei “é mesmo assim eu não diria melhor”! ;)... despertada a curiosidade, estamos na internet a viagem foi rápida... um link e estava aqui... achei o nome do blog um tanto estranho, Maktub!?... mas percebi o significado abaixo e achei interessante, achei deliciosa a mensagem que dedicas à tua filha e o que relatas dela, e o Yoga é algo que eu estou a iniciar... em suma identifiquei-me em vários aspectos e a tua escrita cativou-me... apeteceu-me ler mais e comentar... respondeste e por isso voltei... ;) com uma recepção assim acho que voltarei outras vezes...


Bjs e continua... trata bem o teu blog
Maria

Maria disse...

Quanto às crianças índigo, embora desconfie que o meu filho tem muitas das características que eles apontam, também eu me sinto um pouco céptica em relação a este assunto, mas para quem lida com crianças ou tem filhos parece-me que faz sentido saber mais sobre o assunto e tirar as próprias conclusões.
Andei a pesquisar...encontrei o site português com informação que me parece “fidedigna”, se tiveres vontade de saber mais em http://www.casa-indigo.com/faq.asp
... estive a ler o curriculum da fundadora da Casa Índigo... e achei curioso saber que têm formação para os professores aprenderem a lidar com estas crianças http://www.casa-indigo.com/actividades/formacao_criancas_indigo.asp

Maria

Anónimo disse...

A minha vinda a este local foi similar...
Comentário teu noutro Blog de Viagens que visitei, um comentário sentido... e o salto "predestinado"... porque há coisas assim, que não se explicam...
Também não nos conhecemos nem vimos anteriormente, mas concordo com a Maria nesta recepção "calorosa"...
Conto aparecer mais vezes...

E sim, também sou mesmo Viajante...

Paty disse...

Maria

Como sempre as tuas palavras são poderosas! É engraçado como encontro assim alguem com forma de pensar tão identica á minha. O que raro (para mim). É mesmo muito gratificante partilhar "momentos" com alguem assim.

A avaliar pela forma como escreves, tens que pensar em criar um blog tb! ;)

Paty disse...

Olha que dois!!! (No BOM sentido) :)

A Maria diz:
"Porquê que visitei o Maktub? Se calhar porque estava escrito...

"...mas por acaso sou mesmo Maria!"


O Viajante diz:
e o salto "predestinado"... porque há coisas assim, que não se explicam...

"E sim, também sou mesmo Viajante..."

Resumindo este blog nao poderia ter outro nome!

Voltem sempreeeeeee! :)

Bjs

Paty disse...

Viajante,

Fiquei curiosa!
Blog de viagens?!
Foi o do João Leitão de Marrocos? Mas não me recordo de ter sido um comentario sentido...no maximo um pedido de informaçoes para a viagem...

Tempo de Viajar?! ;)

"Comentário teu noutro Blog de Viagens que visitei, um comentário sentido..."

Paty disse...

Vou dar uma espreitadela

http://www.casa-indigo.com/faq.asp

Obrigada pela dica :)

Maria disse...

..sim, concordo contigo, parece que temos ver ou uma linguagem de pensamento muito idêntica, claro que isso resulta em “momentos” ou conversas mais intensas e gratificantes. Compreendo quando dizes que é raro...

A net é fantástica para isto, tem alguns riscos mas é dos melhores meios para comunicar e conhecer as pessoas...
Actualmente, no dia a dia, as pessoas convivem na defensiva, são autómatos, exageram nas formalidades, são obsecadas pelo sucesso e cobrem-se de aparências, tanto ou tão pouco que é dificil olhar para “dentro” delas ... por vezes é só conversa da treta... gastam tempo demais nisso o que as torna desinteressantes... se alguém for genuíno perguntar ou a falar o que sente, ou se tiver uma atitude mais “generosa”, certamente é arrogante (tem a mania que é melhor), ou é falso (tem alguma na manga) ou “é de outro planeta” (lunático ou parvo) só porque se atreve a ser ele mesmo...

Pronto mas o mundo não é perfeito, se não era uma grande chatice e não seria tão interessante encontrar pessoas como a Patricia do planeta MAKTUB e O Viajante.

Quanto a pensar fazer um blog, já está em construção... mas não estou com grande vontade, gosto mais de comentar do que escrever... ;)

Bjs

Paty disse...

Os tempos mudaram mesmo, e se há uns anos atrás achava pouco provável que existissem entendimentos assim na Internet, com desconhecidos, agora começo a concordar e a aceitar que esta é uma forma comum nos dias de hoje, de conhecer pessoas. Conheço alguns casos que resultaram em casamento, amizades que perduram… Ainda assim há um lado um tanto ao quanto incompreensível e misterioso (para mim que sou de outra geração). Mas há quem se consiga se desprender inteiramente de valores culturais e ter a capacidade inata de evoluir com a tecnologia. E tem que ser.
Sei que sou muito sociável e dou-me com todo o tipo de pessoas, até aquelas com comportamentos menos aceitáveis ou simplesmente diferentes dos meus. Gosto de as observar e aprender tb com elas. As vezes dá para rir também! Anda meio mundo a enganar outro meio… Aí, mais tarde ou mais cedo, com serenidade e descrição vou-me afastando e fico de longe a observar. Não suporto mesmo falsidades. E cada vez mais vivemos rodeados de pessoas “exteriores” para não dizer falsas (para elas próprias também). Não que não goste de cuidar da minha aparência, gosto muito (de forma q.b), de forma a me sentir bem comigo própria e não para agradar os outros.
O que vejo é que as pessoas cuidam demasiado da aparência e descuram-se da mente. Por isso prefiro o yoga ao ginásio!
Por isso tenho muitos conhecidos e poucos amigos. Sou muito exigente porque amizade é muito mais do que vejo habitualmente na vida social que me rodeia. Vivemos cercados de “politicamente correctos”. Enfim...
Mas depois é assim, quando menos esperamos, deparamo-nos com pessoas que compartilham das nossas opiniões (o q n é determinante numa relação, mas dá equilíbrio e bem estar). E é muito bom saber que são raras, mas genuínas.

Bjs

Anónimo disse...

Sempre fui bastante cauteloso, não diria "velho do restelo", no que diz respeito a qualquer tipo de interacção via internet ou com origem no ciberespaço...
Não sei se seria aquele estereótipo da internet ser vista como um refúgio "apenas" para quem era incapaz de interagir "pele e osso", in loco...
Não gosto da expressão "sou do tempo", mas recordo saudosamente o "clube de correspondência" patrocinado pela Vera Roquete, um marco naquele tempo :):)
Hoje tenho essa ideia substancialmente alterada...
continuo a não ser um grande fã e a "navegar" pouco (ao invés de voar...),
Contudo, tenho lido palavras cuja autenticidade (muitas vezes pela simplicidade), não merece discussão...
Foi uma conquista "encontrar-te" Paty, assim como a Maria...
Gosto de "sentir" e "conhecer" pessoas genuínas e sem medo de viver, de errar, e sobretudo com força para continuar...
Porque cada vez mais as pessoas se limitam a (sobre)viver superficialmente...
O exterior é uma "porta de entrada", uma "montra", mas o real valor está indubitavelmente na essência...

:) :)



PS - Foi nas "Histórias do Mundo"...


O Viajante

Paty disse...

Velho do Restelo :) Já falei dele aqui neste post:

http://maktub-paty.blogspot.com/2008/07/sr-do-adeus.html

"O exterior é uma "porta de entrada", uma "montra", mas o real valor está indubitavelmente na essência..."

As pessoas que eu mais admiro são aquelas que nunca acabam!
[é pena que estejam em vias de extinção... mas ao que parece encontrei algumas delas aqui] :)

P.S. Histórias do Mundo?! :)
Foi um comentário simples sim,sentido.

Anónimo disse...

Ao invés do muito propalado"lugar comum", acredito que o mundo "está cheio" de pessoas interessantes...
Talvez não sejam tão fáceis de descobrir, quiçá não investem tanto na montra "montra"... ou por vezes não tenhamos a coragem para ver mais além...
E não teremos aqui um bom exemplo disso?...
Maktub...

O Trapezista

Paty disse...

O mundo está repleto de pessoas interessantes, esbarram é umas nas outras, e fingem que estão sozinhas!

Anónimo disse...

Quando as pessoas caminham repletas de escudos, máscaras e carapaças, é natural que não consigam ver em quem "esbarram"...

O Trapezista

Paty disse...

POis... Essa foi forte Trapezista! Aposto que a maioria se reve aqui nesta tão simples e profunda frase!

Paty disse...

Há pessoas que no início de cada relação interiorizam sempre que “aquele” é que é o príncipe encantado. Trocam de imediato juras de amor e tudo e mais alguma coisa. Desenham o futuro tantas vezes imaginado, com o cavalo branco e a torre mais alta do castelo, incluídos!

Outras, conscientes das histórias passadas (do não viveram felizes para sempre), salvaguardam-se com escudos e armaduras sim. Não constroem castelos a partir da torre, preferem ir construindo pilares. Gostam mais de ir vivendo do que viver tudo de uma vez.

Anónimo disse...

Concordo... não o diria melhor...
O problema de começar uma relação a construir castelos no ar, é que, inevitavelmente, chegarão à conclusão que nenhuma construção duradoura começa pelo topo, pelo "telhado", mas sim por pilares firmes e sólidos...
E há quem lhes chame apenas "Vida"...

O Trapezista

Paty disse...

[Se já construis-te castelos no ar, não tenhas vergonha deles. Estão onde devem estar. Agora, dá-lhes alicerces.]

Henry David Thoreau

Anónimo disse...

Perante essas palavras, resta-me:

:)

O Trapezista

Paty disse...

Depois de reler estes comentarios é que vi que confundi o velho do restelo com o "velho" do Saldanha! Tem tudo a ver realmente!
O primeiro simboliza, os pessimistas, os conservadores...

O Sr. do Adeus (como é conhecido) é tudo menos pessimista! Já para nao falar que um é real e outro, uma personagem criada por Luis de Camões!

Tinha que corrigir! :)