Chegou a hora do adeus.A partir de hoje deixamos de ter qualquer laço que nos una . A frase é seca, fria, eu sei. Mas é disso mesmo que se trata. A nossa relação acabou quando deixei de ter as tuas chaves e os teus documentos em minha posse. Foi triste a minha última condução ao teu volante. Principalmente por ter sido acompanha pelas lágrimas da Mariana. Não penses que é com despego e sem pena que o faço, apesar admitir que não te dei o melhor tratamento. Não te dei banho quantas vezes precisavas e até falava mal de ti quando afinal de contas não eram assim tantas as tristezas que me davas.
Estavas era a ficar velhote!
Mas eu (lá no fundo) gostava de ti...mesmo feio, velho e cheio de mossas ... Foi tudo muito de repente, mas tinha que ser. Tive que te substituir!
É difícil não pensar no tempo que passei contigo.
Muitos bons momentos...
... outros para esquecer.
Fizemos viagens estritamente necessárias, outras de lazer, fizemos mudanças (tantas!) Fomos a casamentos , festas, exposições, aniversários, discotecas, cinemas, teatros, museus, restaurantes, cafés e praias, muitas praias mesmo. Levaste-me só a mim ou encheste-te de gente para levar e trazer. Assististe a beijos, discussões, conversas interessantes e monótonas, silêncios incómodos e muito mais. Viste-me sorridente, aborrecida, ensonada (desculpa!), mal disposta, feliz, infeliz, triste, admirada, a chorar, a praguejar, a “cantar”, a ralhar; viste-me bem e mal.
E levaste-me sempre onde eu queria ir. Excepto no dia que me deixas-te apeada no meio da A8, com um pneu furado, ao escuro e á chuva.
E por tudo isto, estou um pouco triste por me afastar de ti. Para mim foste mais do que um objecto. Foste mais do que um carro, porque passas te por muito comigo! Chegou a hora do adeus. E este é o meu adeus a ti. Obrigado por tudo. E ve lá se te portas bem lá com o outro!
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