quinta-feira, 23 de outubro de 2008


Já lá vai o tempo das convicções fortes.
Aprendemos desde cedo que quanto mais fortes forem as nossas convicções, mais bem-sucedidos seremos. Na minha opinião, nada pode estar mais errado que isso!
Ontem uma dessas pessoas que conheço, que se afirma ser de :"Convicções Fortes"...ofereceu-me "ajuda". Uma "ajuda" tão egoísta como triste!
Abomino as convicções fortes!
Assim como também atitudes mesquinhas me tiram do serio e me fazem "saltar a tampa". Mas ao mesmo tempo, fico até com pena, desta gente que vive num mundo tão pequenino!
Não suporto as pessoas que se afirmam como detentoras das mais fortes e acertadas convicções!
Donos da VERDADE!
Acho-as pequenas, estúpidas e mesquinhas.

Incapazes de se colocarem no lugar dos outros e perceberem que as coisas podem ser analisadas sobre inúmeros e indeterminados pontos de vista, dependendo do lugar em que observamos o mesmo acontecimento.
Talvez também já tenha sido assim. Pequena, estúpida, mesquinha, demasiada concentrada no meu mundinho e só conseguia ver o meu umbigo e aquilo que o rodeava. Mas tinha 20 anos!
Graças a muitas circunstâncias, a muitos acontecimentos, a muitas experiências e principalmente a muitas pessoas que conheci, comecei a trabalhar a minha plasticidade mental.
Faço questão de a exercitar e talvez por isso goste destes "choques".
Os choques são coisas que me obrigam a tentar perceber o outro lado.
Deixei de ter convicções tão fortes.
Percebi que elas são demasiado castradoras para podermos "viver" de facto com os outros. Prefiro as minhas convicções frágeis que me permitem apreender um misto de experiências, que me enriquecem.

Ainda que me tornem pequena aos olhos de cada um...

5 comentários:

Anónimo disse...

Bem, a intensidade com que escreveste este texto é notória...
Revejo-me em tudo. Há já uns tempos deixei também de ter essas convicções fortes. A vida vai-nos ensinando que dela sabemos muito pouco... Prefiro também as convicções frágeis...essas que nos fazem aprender e nos enriquecem.

Tiro-te o chapéu!!

Paty disse...

No entanto´, é fulcral que se cruzem pessoas de "convicções fortes" no nosso caminho. Assim aprendemos mais rápido!

Anónimo disse...

óh claudio....este teu comentario com a tal de paty é mesmo o de "conversa do bandido", e neste aspecto, tou convicto!
Jonhy Power

Paty disse...

Amigo! :-) Estas a causar ciumes aos leitores do meu blog!!! LINDOOO!!!!
Como diria a nossa amiga Filipa: "Quem diz é quem é!" :-)
Gente parva! Falam de cor!!

Anónimo disse...

O que há de trágico na convicção é a ausência da certeza.
Num dicionário a palavra convicção significa um efeito que produz em nós uma prova evidente. Portanto, a certeza na convicção, seja ela forte ou frágil, tem sempre ausência de certeza absoluta. Dai que não há donos de acertadas convicções detentores de verdade absoluta.
Ter convicções deixa-nos capazes de confrontar com os ideais dos outros, apelando à reflexão individual e com ela reformular as nossas convicções as vezes que foram precisas, se produzirem em nós um efeito de argumento convincente. As minhas convicções são fortes em mim. No entanto, todos os dias o mundo volteia sobre a expectativa de amanhã ter que voltar a reciclar a minhas convicções para melhor.
Ter convicções fortes ou frágeis, ambas permitem aprender um misto de experiências. Porque o mais importante é ansiarmos o desejo do conhecimento e do saber. Se aliarmos isto à compreensão, serão uma das mais belas armas da inteligência!
Embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu. Aconselho convictamente que vivas a vida da forma que melhor se adequa ao teu sentimento e junto daqueles que te iluminam a vida, porque se não o fizeres…. nos momentos do que não se sabe, serão instantes que passam e que não se pensa.

Um “poeta” esquecido pela sua deusa